Sobre as prateleiras
Se pronunciada, a palavra já lembra-lhe desfiles cívicos, polícia, dados enfileirados, notas contadas e arrumadas nas mãos habilidosas de um banqueiro, telhas de uma casa, etc. O ser humano é fruto de uma ordem, a nação é produto de uma ordem, sua vida deveria seguir uma ordem. E é na ordem onde o cliente se sente bem, confortável e propenso a usar seus valores monetários.
Veja as lojas do Atacadão ou do Assaí, redes do Carrefour (cujo símbolo francês, aliás, remete à uma seta, uma ordem...) e do Pão de Açúcar, respectivamente, como elas são limpas, arejadas, com telhado altíssimo, palet's distribuidos generosamente da direita para a esquerda, com as bebidas começando no primeiro lado e os frios e lanches encerrando pelo lado esquerdo. Veja os caixas situados vizinhos às portas de saída, mal querendo se apresentar aos clientes sorridentes que andejam todo o interior da estrutura. Veja o branco do interior, a iluminação límpida que escorre do teto até o chão sem deixar sombras, os empilhamentos de sabonetes e caixas de creme dental, aquele odor inconfundível de cada seção. Enxergue o estacionamento, as linhas retas e as setas orientando o cliente, que pára o carro com sua família barulhenta e suada. Três coisas ficam claras: são seres humanos, possuem padrões de comportamento e querem realizar uma transação comercial. Todo resto quer lhe ajudar a se sentir acalentado e seguro.
Veja as lojas do Atacadão ou do Assaí, redes do Carrefour (cujo símbolo francês, aliás, remete à uma seta, uma ordem...) e do Pão de Açúcar, respectivamente, como elas são limpas, arejadas, com telhado altíssimo, palet's distribuidos generosamente da direita para a esquerda, com as bebidas começando no primeiro lado e os frios e lanches encerrando pelo lado esquerdo. Veja os caixas situados vizinhos às portas de saída, mal querendo se apresentar aos clientes sorridentes que andejam todo o interior da estrutura. Veja o branco do interior, a iluminação límpida que escorre do teto até o chão sem deixar sombras, os empilhamentos de sabonetes e caixas de creme dental, aquele odor inconfundível de cada seção. Enxergue o estacionamento, as linhas retas e as setas orientando o cliente, que pára o carro com sua família barulhenta e suada. Três coisas ficam claras: são seres humanos, possuem padrões de comportamento e querem realizar uma transação comercial. Todo resto quer lhe ajudar a se sentir acalentado e seguro.
E como funcionam as prateleiras, gôndolas e congêneres em uma mercearia?
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| Observem como os produtos são bem organizados e enfileirados corretamente. |
Sua mercearia não deve escapar a este princípio: tenha seua produtos sempre dispostos nas clássicas prateleiras de madeira de budegas, com divisão clara entre tipologias (nunca agentes de limpeza com odores perto de alimentos, mas de preferência em prateleiras deslocadas e com objetos mais pesados colocados sem problema ao chão, como garrafões de água sanitária ou soda cáustica em potes). Não se torna necessário verticalizar os produtos, uma vez que você provavelmente não terá espaço para isso, bastando dispor em fileiras de dentro da prateleira para fora, sempre com a limpeza asseada e com os devidos preços colados abaixo de cada produto. Seja caprichoso.
Uma coisa que não recomendamos é espalhar excessivamente os produtos nas prateleiras, como garrafas de vinho barato ou papéis higiênicos. Isso soa muito, digamos, descuidado: dá a parecer ao seu freguês não que você tem organização, mas pobreza em termo de sortimentos. Por isso, antes poucas prateleiras, que muitas estantes de um produto só. Invista muito em variedade, com todas as suas forças, garantindo os mais diversos víveres (falaremos mais a este respeito em outro artigo).
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| Cada espaço pode e deve ser bem explorado pelo merceeiro. |
Você pode querer dar um ar "descolado" para sua mercearia, deixando tudo misturado como alhos e bugalhos, produtos empoeirados, com coisas jogadas ao chão e sujeira acumulada nos cantos. Entretanto, só um tipo específico de cliente, que a propósito está em vias de extinção, lhe visitará assiduamente: o bebinho ou o alcoólatra do bairro, cujas exigências sanitárias não são das mais rigorosas.
Como já dissemos, o que agrega ao seu comércio é a fama. Fama destruída, é comércio jamais reconstruído.
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